Falta de disciplina, preguiça ou dificuldade em se lembrar dos gastos são os principais empecilhos que os consumidores brasileiros encontram quando a tarefa é manter organizadas as finanças pessoais. A conclusão é de um estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal ‘Meu Bolso Feliz’ que ouviu 662 consumidores acima de 18 anos e de todas as classes sociais nas 27 capitais brasileiras. A margem de erro é de 3,7 pontos percentuais. Segundo o estudo,  37% dos consumidores brasileiros não se consideram pessoas organizadas financeiramente. Além disso, a grande maioria (69%) admitiu sentir algum tipo de dificuldade para realizar o controle de suas receitas, despesas e investimentos.
O estudo também mostrou que apesar de 59% dos consumidores realizarem algum tipo de controle sistemático de seu orçamento pessoal, um pequena parcela apenas registrava a movimentação financeira diariamente. Manter um controle mais pontual e regular ajuda a garantir maior efetividade no planejamento, aponta a SPC.  Outro dado interessante é que, apesar da difusão de diversas ferramentas digitais voltadas à organização financeira, apenas 4% dos consumidores utilizam aplicativos para esta finalidade. A preferência da maioria é mesmo pelas planilhas (32%) e caderneta de anotações (23%).
A conclusão principal do estudo é que o controle orçamentário não é “uma prioridade” para a maioria dos consumidores (64%). Mais de um quarto da mostra disse que gere tudo “apenas de cabeça”.  Disciplina para registrar os ganhos e gastos com regularidade (32%), lembrar-se dos gastos em dinheiro e que, portanto, não constam no extrato bancário (16%), falta de tempo (8%), preguiça (4%), não saber como fazer ou por onde começar (4%) e considerar a tarefa chata ou desimportante (4%) são as principais dificuldades mencionadas para ter as finanças melhor organizadas.
“Há uma parcela significativa de entrevistados que não faz um controle sistemático de seus rendimentos e muitos dos que dizem fazer, quando argumentados da forma mais profunda sobre métodos adotados, caem em contradição ou o fazem com uma frequência bastante aquém da adequada”, afirmou a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, por meio de nota.